Apresentação do nosso mais novo espaço. Espero que goste.

"O ladrão vem somente para roubar, matar e destruir; eu vim para que tenham vida e a tenham em abundância." João 10: 10

 

Vida com qualidade, qualidade de vida, qualidade para a vida, vida equilibrada, inteligência para a qualidade de vida, etc... Seja qual for a maneira de se expressar, todas convergem à idéia daquilo que todos nós almejamos, ou seja, uma vida melhor em todos os sentidos.

Ao incluirmos este novo assunto no menu do site, têm-se em mente as palavras do nosso amado irmão, evangelista João, quando descreve com tanta propriedade uma das falas de Jesus, que ele mesmo teve a  oportunidade de ouvir, direto da própria boca do Mestre. Jesus disse que veio para nos dar vida, só que "esta vida" que Ele tem para doar, trás consigo uma marca indelével, uma assinatura única, diferenciada. Tais atributos atestam a qualidade da natureza dessa doação, ou seja, não é qualquer tipo de vida, mas sim, é uma vida que é  abundante

E essa não é uma realidade pelo menos para uma multidão de pessoas (digamos, para grande parte dos habitantes do planeta). 

Na história da humanidade, vários tipos de vida tem sido existencializadas e cada uma delas também com as suas marcas e autenticações que lhe são únicas. É como se fosse um enorme restaurante universal, onde o maitre sugere, como antepasto, canapés de vida sem graça (a que já perdeu o sentido), acompanhados de um patê de vida cega (aquela que passa e não se vê). Se a noite estiver fria, uma sopa de  vida morta (quando dizem: "puxa... isso não é vida") vai deixar o ambiente mais agradável. Na entrada, carnes brancas ao molho de vida triste (a que é atestada pela depressão) antecipando o prato principal: uma travessa de vida perdida (aquela que se perde: "como eu perdi tempo!") acompanhada de legumes gratinados a lá vida escorrida ("Meu Deus, o que eu fiz com a minha vida?"). Para encerrar a noite com chave de ouro, não poderia faltar a sobremesa. Um belo musse de vida vazia ("Eu sinto que há um buraco no meu peito!") é a pedida certa. E o pior de tudo é que saímos desse restaurante da existência com uma conta altíssima, bolso vazio e com a falsa sensação de "barriga cheia".

Esses e tantos outros tipos de vidas que se resumem a pseudo-vidas, não possuem outra função a não ser mascarar a própria vida em si. Multidões carregam o fardo de apenas existirem, pois, as  

pseudo-vidas descritas anteriormente, tornam-as auto-limitadas, presas pelas frias e escuras paredes de concreto do simples existir, sem que pelo menos possam contemplar um fio de luz do sol, ou experimentar os tons coloridos e os sabores de uma vida real, que é viva, pulsante, que é abundante.

Pode-se ter certeza absoluta de que quando Cristo mencionou o estado de abundância, Ele não estava se referindo a uma vida cujo seu pleno gozo estaria reservado somente para o momento em que os cristãos transpossem uma das doze portas da Santa Cidade, a Nova Jerusalém. 

Cristo prometeu essa vida abundante para o aqui e agora também!

A vida é um dom gratuíto de Deus. Ele dá e Ele mesmo a tira. E, como se sabe, tudo o que Deus dá é resultado de Seu engenhoso espírito criativo e de Sua extrema sabedoria, bondade e amor (e de tantos outros milhares de atributos). Portanto, tudo o que dEle recebemos, podemos ter certeza de que passou por critérios de avaliação de qualidade dos mais rigorosos ("e viu Deus que era bom!"). E, a vida, não poderia ficar de fora desse controle de qualidade celestial. E é exatamente para esse espaço temporal de existência material, compreendido entre o "dar" e o "tirar", onde de fato somos materializados, é que há a promessa de ser possível viver uma vida abundante.

Outro detalhe importantíssimo, que não tratei até a presente linha, foi o de que estou falando de vida abundante sem que se tenha refletido sobre o seu conceito. Deixei um vazio até agora. Então, vamos falar sobre significados. Se não significamos algo, esse algo fica vazio. E, a impressão que se tem é de que a palavra abundante só serviu de enfeite para o texto, pois não a significamos. Quer um exemplo? É a mesma coisa que fazemos com as nossas bíblias. Deixamos elas nas cabeceiras das camas, enfeitando os criados (que não podem falar), ou em cima das mesinhas de sala, mas não conseguimos traduzir (por mais que tentemos) para o "mundanês", o real, exato e gigantesco significado do que está representado ali. 

Se buscarmos, no plano da sabedoria humana, uma referência conceitual dada por alguma autoridade no assunto, um dos brasileiros mais conhecidos e que foi um dos maiores estudiosos da linguística,  Aurélio Buarque de Holanda nos diria, ao folharmos as páginas do seu dicionário, que abundante é um adjetivo que denota aquilo que "é em quantidade maior do que a suficiente, mesa farta". Que maravilha, hein? Uma vida viva, que se sobrepõe aos seus próprios limites de suficiência, para irradiar mais vida. Já pensou? 

E, será que já paramos para pensar em qual foi a significação que Jesus, o filho do Deus vivo, o Cordeiro, o Verbo encarnado, o Maravilhoso, o Deus Forte, o Pai da Eternidade, o Príncipe da Paz deu para aquilo que Ele mesmo falou? Se o nosso Aurélio atribuiu um significado tão gigantesco para o vocábulo abundante, imagine (se for possível imaginar... acho que não é!) na esfera espiritual, no "espiritualês", o que uma palavra lançada pela boca do próprio Verbo, vêm carregando de significados? (não deve ser o mesmo do Aurélio, certo?).

Jesus liberou essa palavra pelo fato de que as pseudo-vidas de todos nós estavam irremediavelmente presas aos grilhões do pecado que, por si só, não é um doador de vida mas, sim, o pecado só pode gerar morte pois, afinal de contas, é o seu dom. E, geralmente, essa "morte" retrata, a priori, não o fim do fôlego de vida em si, mas, uma morte que afasta o homem daquela "abundância" que Cristo prometeu, que sequestra a vida, levando com ela a tão almejada alegria de viver. Então, o homem passa a somente existir, achando que vivendo está. 

Assim também o é com muitos de nós, cristãos, que conhecemos a fonte da vida e, nem por isso, queremos beber da água que de lá jorra. É um contra-senso, não é mesmo? Então, se não bebemos da fonte da vida, matamos a nossa sede aonde? Preferimos beber de poças e de açudes que já não abrigam rios caudalosos, mas sim, águas sujas, fétidas e paradas.

Digo “assim o é”, pois vivemos nas igrejas e conhecemos tanta gente que anda cabisbaixa, sem ânimo, depressivas, sem fé, sem horizonte, sem identidade, sem uma cruz para carregar e sem uma causa pela qual lutar ou uma corrida para vencer. São pessoas que simplesmente existem. Estão mais para "o ladrão vem somente para roubar, matar e destruir" do que para "eu vim para que tenham vida e a tenham em abundância".

Cristo quer nos dar vida em abundância e, para mim, vida em abundância é aquele rio de água viva que corre por todas as dimensões do ser humano, a começar pela dimensão espiritual e que depois vai inundando o corpo, a alma e as emoções daquele que se rende ao doador da vida. Assim que aceitamos a Cristo, Ele vem na árida, lodenta e seca terra do nosso coração e ali cava, com as suas próprias mãos (e terra, saliva e barro é com Jesus mesmo), e instala uma vertente do Seu Espírito, que vai molhando todo o nosso coração, transformando o lodo em água cristalina. Só que não para por aí. O grande erro que as igrejas cometem hoje é que querem tratar somente da dimensão espiritual do homem, como se única fosse (isto é, quando tratam!).

Mas, tal constatação não é privilégio somente de algumas igrejas. Assim como na minha, acredito que na sua própria igreja, querido(a) leitor(a), encontram-se membros que estão cabisbaixos porque não conseguiram alcançar uma qualificação suficiente para galgarem um bom emprego, ou por falta de capacitação ou até mesmo por não serem alfabetizados. Ou casais que estão passando por crises sérias de relacionamento devido à bancarrota financeira, pois não tiveram ensinamentos para manter um equilíbrio no orçamento familiar e encontram-se em um beco sem saída. Ou mulheres que frequentam as uniões femininas, que cantam, oram e sorriem, mas que em casa não conseguem sorrir quando se vêem na frente do espelho, pois o padrão de beleza que o mundo impõe as impedem de se aceitar como são, destruindo a auto-estima e abrindo buracos emocionais. Ou até mesmo crianças que vão à EBD porque lá lhes é servida a única refeição que terão no dia inteiro!

A igreja (nós) não pode separar as grandes questões sociais da vida, isolando-as como se não mais responsabilidade dela fosse, justificando que "logo estaremos na Nova Jerusalém", ou, porque "não somos mais deste mundo". É o maior crime que nós, como igreja, estamos cometendo é vivermos alheios aos problemas da comunidade local e do planeta do qual deveríamos ser mordomos.

Não há saúde espiritual sem equilíbrio financeiro. Não posso somente apresentar o Pão da Vida para um raquítico sem que eu providencie o alimento que regenerará o seu físico marcado pela fome. Não há como entregar uma bíblia para um analfabeto e não proporcionar o seu letramento. Não há como só falar em amar ao próximo, sem que se derrube as muralhas da indiferença e da individualidade.

E o propósito desta seção Vida com Qualidade é o de ser um espaço que promova a reflexão dentro dos espaços eclesiais sobre a urgente adoção de um evangelho integral, que trate do desenvolvimento do ser humano em todas as suas dimensões. Cidadania, inclusão social, sustentabilidade, educação, saúde, caráter, serviço social, voluntariedade, dignidade e solidariedade, são alguns dos temas palpitantes que permeiam a responsabilidade social do cristão.

Isto é vida abundante. E Cristo tem em abundância para nos dar.

Vivamos!

 

Igmar de Freitas

 

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