Artigo --> SAMUEL, O FILHO CONSAGRADO

06/05/2020 17:32

 

"Eu pedi esta criança a Deus, o Senhor, e ele me deu o que pedi. Por isso agora eu estou dedicando este menino ao Senhor. Enquanto ele viver, pertencerá ao SENHOR. Então eles adoraram a Deus ali" (1 Samuel 1.27-28 - NTLH).

 

O livro de Samuel começa com uma linda história de fé e perseverança. Essa história vai nos ajudar a entender a origem, a concretização e os efeitos poderosos de uma genuína consagração do nosso melhor a Deus.

Ana era uma mulher amada pelo seu marido e vivia em um ambiente de relativa prosperidade material. Pertencia a um povo, conhecia a Deus, mas faltava-lhe a realização de um sonho: ter filhos. Sem muita explicação, o texto simplesmente diz que "o Senhor não permitiu que tivesse filhos" (1 Samuel 1.5). Por conta disso, Ana estava muito triste. Como se não bastasse sua luta interior, enfrentava constantes provocações de Penina, sua rival (1 Samuel 1.6), era desestimulada pela racionalidade de seu marido Elcana (1 Samuel 1.8) e foi mal interpretada pelo sacerdote Eli que, não percebendo a imensidão de sua dor, achou que estivesse embriagada, quando, de fato, estava em intensa oração (1 Samuel 1.14).

Ao invés de desistir, "levantou-se Ana, e, com amargura de alma, orou ao Senhor, e chorou abundantemente" (1 Samuel 1.10), derramando a sua alma perante o Senhor (1 Samuel 1.15). A adversidade gerou nessa mulher tenacidade e persistência. Aprendeu a buscar o que mais desejava e necessitava diretamente na fonte, na presença do seu Deus. De maneira espontânea, orou: "Se tu me deres um filho, prometo que o dedicarei a ti por toda a vida" (1 Samuel 1.11).

Sua consagração nasceu quando ainda não tinha seu filho, quando estava em meio ao choro e amargura. Assim também acontece muitas vezes conosco: quando nada temos e há algo que profundamente desejamos, tudo prometemos.

O Senhor ouviu sua oração e naquele mesmo ano "ela concebeu e, passado o devido tempo, teve um filho, a que chamou Samuel, pois dizia: Do Senhor o pedi" (1 Samuel 1.20). Seu coração foi tomado de grande alegria. Sua desventura foi transformada e suas lágrimas foram enxugadas. Compreendeu que a vida no mundo visível tinha sido gerada no mundo invisível.

Mais do que gerar um filho, foi gerada fé em seu interior. Mais do que experimentar a bênção, Ana experimentou intimidade com o abençoador. Ana aprendeu que o ato de Deus de adiar a bênção fazia parte da própria bênção. Não teria desenvolvido sua espiritualidade se as coisas tivessem acontecido de maneira simples e ordinária. O extraordinário conquistado trouxe consigo algo maior: a consciência da ação de Deus. Por isso, logo após ter desmamado o menino, manteve-se fiel ao prometido e consagrou o menino exclusivamente ao Senhor.

Consagrou o seu melhor. Assim também devemos ser fieis ao Senhor. Muitos prometem em meio à dor, mas se esquecem quando a bênção vem. 

Quando consagramos ao Senhor o nosso melhor, os efeitos são tremendos e poderosos. Os sonhos de Deus para o pequeno Samuel eram maiores que os sonhos de sua mãe. Ana não simplesmente teve um filho, mas gerou um homem íntegro, capaz, cheio do Espírito Santo, íntimo de Deus, que se tornou o maior juiz de seu tempo e um grande líder para todo o país.

Além disso, Ana teve outros cinco filhos (1 Samuel 2.21). Essa linda história de Samuel aponta para a história de Cristo: o Unigênito do Pai (João 1.14), consagrado em favor de todo o povo (João 3.16) que se transforma em Primogênito (primeiro filho de muitos - Colossenses 1.15) pela graça e poder do Senhor. 

Tudo aquilo que consagramos de coração ao Senhor é multiplicado em nosso próprio favor, e em favor de muitas outras pessoas. Vamos, pois, consagrar o nosso melhor a Deus.

 

Autor: Rodolfo Garcia Montosa

 

FONTE:  https://www.institutojetro.com/artigos/5/lideranca-pastoral/416/samuel-o-filho-consagrado

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