ESBOÇO BIBLICO * CHARLES SPURGEON * Salmo 34

25/08/2012 21:56

 

SALMO 34


TÍTULO
Salmo de Davi, quando ele mudou seu comportamento diante de Abimeleque, que o mandou embora, e ele partiu. Dessa transação, que não soma ponto positivo em nossa lembrança de Davi, nós temos um relato breve em 1Sm 21.1-15. Embora a gratidão do salmista o tenha feito registrar com reconhecimento a bondade do Senhor em lhe dar um livramento que não merecia, ele não aborda nenhum dos incidentes do escape para constar dessa narrativa, mas se fixa só no grande fato de ter sido ouvido na hora do perigo. Com seu exemplo, podemos aprender a não alardear nossos pecados diante de outros, como certos vangloriosos confessores costumam fazer que parecem tão orgulhosos de seus pecados como velhos pensionistas militares o são de suas batalhas e suas cicatrizes. Davi fez o papel de louco com destreza singular, mas não foi um tolo tão real que cantasse suas próprias façanhas de tolice. No original, o título não nos ensina que o salmista compôs este poema na ocasião em que escapou de Aquis, o rei ou Abimeleque de Gate, mas que pretende comemorar esse evento, e foi sugerido por ele. É bom marcar nossas misericórdias com memoriais bem esculpidos. Deus merece o melhor de nossa arte criativa. Davi, em vista do perigo especial do qual foi salvo, caprichou neste salmo e o escreveu com considerável regularidade, quase de acordo perfeito com as letras do alfabeto hebraico. Este é o segundo salmo que segue a ordem alfabética; o salmo 25 foi o primeiro.


DIVISÃO 
O salmo apresenta duas grandes divisões, no final de Sl 34.10, quando o salmista, tendo expressado seu louvor a Deus, se volta em discurso direto aos homens. Os primeiros dez versículos são um hino, e os últimos doze um sermão. Para auxiliar o leitor podemos subdividi-lo da seguinte forma: Em Sl 34.1-3, Davi professa bendizer ao Senhor, e convida o louvor de outros; de Sl 34.4-7, ele relata sua experiência, e, em Sl 34.8-10, ele exorta os piedosos à constância da fé. Em 34.1-14, ele faz a exortação direta, e dá seguimento com ensinos didáticos de Sl 34.15-22 até o final.


DICAS PARA O PREGADOR
VERS. 1. Decisão firme, dificuldades sérias para desempenhá-la, ajuda para sua realização, excelentes conseqüências de assim fazer. Seis perguntas: Quem? "Eu." O quê? "Bendirei." A quem? "Ao Senhor." Quando? "Em todo o tempo." Como? Por quê?
VERS. 1. Instrução para se fazer um céu aqui embaixo.


VERS. 2. O gloriador simpático e seu auditório edificado. Podemos nos gloriar no Senhor, nele mesmo, nas manifestações que ele faz de si, seu relacionamento conosco, nosso interesse nele, nas expectativas que temos dele. É dever dos crentes relatar sua experiência para a edificação de outros.


VERS. 3. Convite para se louvar em união. 
VERS. 3. Magnificar, ou engrandecer, a obra de Deus, um exercício nobre.


VERS. 4. Confissões de uma alma redimida. Que sejam simples, que honrem a Deus, não procurem mérito e animem outros a buscá-lo também.
VERS. 4. Quatro estágios: "temores", "buscas", "prestar atenção", "libertação".


VERS. 5. O poder de um olhar com fé.


VERS. 6.
1. A herança do pobre: "tribulações".
2. O amigo do pobre.
3. O clamor do pobre.
4. A salvação do pobre.
VERS. 6. A riqueza do pobre.
A posição da oração na economia da graça, ou a história natural da misericórdia na alma.


VERS. 7. Castra angelorum, salvatio bonorum.
VERS. 7. O ministério de anjos. Em que sentido é Jesus "o anjo do Senhor".


VERS. 8. A experiência é o único teste verdadeiro de verdade religiosa.
VERS. 8. Paladar. O paladar santificado, a provisão preciosa (fr. recherché), o veredicto gratificante, a hoste celestial.


VERS. 9. A condição abençoada de um homem temente a Deus.
VERS. 9. Temor expulsando temor. Similia similibus curantur.


VERS. 10. Leões passando falta, mas os filhos satisfeitos. (Sermão de Spurgeon.)
1. A descrição de um cristão verdadeiro, "busca o Senhor".
2. A promessa apresentada por um contrato (pacto).
3. A promessa cumprida.
VERS. 10. O que é uma boa coisa?


VERS. 11. Um professor de fina estirpe, seus discípulos jovens, seu modo de instruir. "Vem"; sua matéria predileta.
VERS. 11. Trabalho de Escola Dominical.


VERS. 12-14. Como tirar o maior proveito dos dois mundos.


VERS. 13. Pecados da língua - seus males, suas causas, sua cura.


VERS. 14. (primeira cláusula). A relação entre o negativo e as virtudes positivas.
VERS. 14. (segunda cláusula). A caçada real. Os animais caçados, as dificuldades da caçada, os caçadores, seus métodos e suas recompensas.


VERS. 15. Nosso Deus observador. Olhos e ouvidos, ambos atentos em nós.


VERS. 16. O homem mau sofrendo xeque-mate na vida, e esquecido na morte.


VERS. 17. Aflições e a bênção tríplice que oferecem.
1. Obrigam-nos a orar.
2. Levam-nos ao ouvido atento do Senhor.
3. Dão-nos espaço para a experiência alegre do livramento.


VERS. 18. Deus está bem próximo de corações quebrantados, e há certeza de sua salvação.


VERS. 19. Preto e branco, ou seja, ruína e antídoto. Pessoas especiais, tribulações especiais, libertações especiais, fé especial como dever.


VERS. 20. A verdadeira segurança de um crente quando está em grande perigo. Sua alma, sua vida espiritual, sua fé, esperança, amor; seu interesse em Jesus, sua adoção, justificação, todos guardados.


VERS. 21. Maldade, seu próprio algoz, seu próprio carrasco, ilustrado por casos bíblicos, pela história, pelos perdidos no inferno. Lições deste fato solene. A condição triste do homem de espírito malicioso.
VERS. 21-22. Quem ficará e quem não ficará desolado.


VERS. 22. Redenção em seus vários sentidos; fé em sua preservação universal; o Senhor em sua glória sem rival na obra da graça.

 

Fonte: https://www.cblibrary.com/portuguese/salmos/salmo034.htm