COMENTÁRIO BÍBLICO - MATTEW HENRY
COMENTÁRIO BÍBLICO - MATTEW HENRY
Ezequiel 18 (referente ao texto-base da Lição 4 - RED - página 15)
Versículos 1-20: Deus não faz acepção de pessoa;
Versículos 21-29: A providência divina é reivindicada;
Versículos 30- 32: Um convite de graça ao arrependimento.
Vv. 1-20. A alma que pecar morrerá. Quanto à eternidade, todo
homem era, é e será tratado segundo a conduta com que esteve debaixo
do pacto de obras, ou do novo pacto de graça.
Qualquer que seja o sofrimento exterior que sobrevenha aos
homens pelos pecados do próximo, eles merecem tudo o que sofrem por
seus próprios pecados; o Senhor despreza ou anula todo o sucesso para o
bem eterno dos crentes. Todas as almas estão nas mãos do Grande
Criador. Ele as tratará com justiça ou misericórdia, e ninguém perecerá
por pecados alheios; se for de alguma maneira digno de morte, o será por
seus próprios. Todos temos cometido pecados, e a nossa alma deveria se
perder se Deus nos tratasse segundo o rigor da sua santa Lei; porém,
somos convidados amorosamente a ir a Cristo.
Vv. 10-20. Se um homem que tivesse mostrado a sua fé através das
suas obras, tivesse um filho ímpio, cujo caráter e conduta fossem o
contrário dos de seu pai, poderia se esperar que escapasse da vinganca
divina pela piedade de seu pai? Não. Se um homem mal tivesse um filho
que andasse como é justo diante de Deus, este filho não pereceria pelos
pecados de seu pai. Mesmo que o filho não estivesse livre de males nesta
vida, ainda assim é participante da salvação. A questão aqui não é sobre
a base meritória da justificação, mas sobre os tratos do Senhor para com
o justo e o injusto.
Vv. 21-29. O homem mal seria salvo se deixasse os seus maus
caminhos. O verdadeiro arrependido é um verdadeiro crente. Nenhuma
das suas transgressões anteriores seriam mencionadas; certamente viverá
pela justiçaa que tenha feito, como fruto da fé e o efeito da conversão.
A questão não é se o justo verdadeiro alguma vez se torna apóstata.
É certo que assim fazem muitos que, durante certo tempo acreditaram ser
justos, enquanto os versos 26 e 27 falam da plenitude da misericórdia
que perdoa: quando o pecado é perdoado, é completamente apagado e já
não existirá mais qualquer lembrança dele. Na justiça divina eles
viverão, não na justiça deles mesmos, como se isto fosse expiação por
seus pecados; essa é uma das bençãos compradas pelo Mediador. Que
alento tem um pecador arrependido, que se volta para esperar o perdão e
a vida conforme esta promessa! No versículo 28 está o início e o
progresso do arrependimento. Os crentes verdadeiros vigiam e oram,
continuam fiéis até o fim e são salvos. Em toda nossa argumentação com
Deus, Ele sempre tem razão, e nós sempre estamos equivocados.
Vv. 30-32. O Senhor julgará a cada um dos israelitas segundo os
seus caminhos. Nisto se baseia uma exortação ao arrependimento, e em
dar-lhes um coração e um espírito novos.
Deus não ordena que façaamos aquilo que não podemos fazer, mas
nos admoesta que façamos o que está ao nosso alcance, e para que
oremos pelo que não nos é possível fazer. As ordenanças e os meios
estão designados, e são dadas promessas e ordens para que, quem desejar
esta transformação, possa buscá-la em Deus.